terça-feira, agosto 20, 2013

Palhaço em hospital é aprovado por 78% das crianças

Uma pesquisa realizada na UFES (Universidade Federal do Espírito Santo) aponta que 78,6% das crianças acometidas por câncer gostam da presença de palhaços nos hospitais. Desenvolvida por Alessandra Brunoro Motta para sua tese de doutorado, o estudo “Brincar no hospital: estratégia deenfrentamento da hospitalização infantil” demonstra a necessidade de estratégias para a aplicação do brincar no contexto hospitalar.

A cultura hospitalar, segundo a pesquisa, é marcada pela despersonalização dos pacientes, o que acaba gerando comportamentos deprimidos. “É fundamental criar mecanismos para promover um ambiente que não reforce esses comportamentos e ajude a criança a enfrentar as dificuldades da hospitalização e da doença”, acredita Motta.

Participaram desta pesquisa 28 crianças (9 meninas e 19 meninos), com idade entre 6 e 12 anos, em tratamento no Serviço de OncoHematologia de um hospital infantil público em Vitória, no Espírito Santo. Em termos clínicos, 71,4% das crianças eram portadoras de leucemia.

Em entrevista com as crianças, Alessandra Motta descobriu que, diante da pergunta “o que você gostaria de fazer no hospital”, o brincar foi citado pela maioria das crianças (78,6%). Ao investigar como as crianças definiam o brincar, verificou-se que 67,8% consideravam as consequências de divertimento, alegria e prazer. Em relação ao parceiro de brincadeiras desejado, a maioria das crianças relatou que gostaria de brincar com as próprias crianças que frequentavam o hospital, por “serem do mesmo tamanho”.

Analisando as escolhas das crianças por tipos de brincadeiras, verificou-se que, em relação aos jogos de exercício, tocar instrumentos (85,7%) foi o mais escolhido. Entre os jogos simbólicos, desenhar (89,2%) e brincar com palhaço (78,6%) foram as brincadeiras mais escolhidas.

“A escolha por brincar com palhaço é feita devido tanto a fatores relacionados ao contexto da brincadeira quanto a aspectos afetivos ou emocionais”, aponta. “Entre os aspectos do contexto da brincadeira, destacam-se relatos referentes à vestimenta, à aparência física e às atitudes do palhaço. Entre os aspectos afetivos ou emocionais relacionados à escolha desse tipo de atividade, destacam-se as sensações de alegria e felicidade, as gargalhadas, os sorrisos e a diversão proporcionados pela interação com o palhaço”, descreve Motta.

Os relatos de experiência sobre a presença do palhaço no hospital têm mostrado o efeito positivo que este tipo de atividade exerce sobre o bem-estar da criança hospitalizada, desencadeando sorrisos e alegria. Por outro lado, a idade da criança e de sua experiência anterior com palhaços devem ser levadas em contas.

Jornalista da Equipe de Comunicação da ONG Hospitalhaços

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