Eu era loirinha, de cabelo curtinho e na época passava
uma novela na Rede Globo, chamada ‘4 por 4’, e pela semelhança que eu tinha com
uma das personagens, este virou meu apelido.
Cresci com esse apelido e logo na primeira palestra
que participei da ONG, o nosso querido Picolé deu a dica que o nome do palhaço
poderia ser um apelido de infância. Já sabia ali, que continuaria sendo a
Babalú.
A vergonha me dominou nas primeiras atuações, o medo de
falar alguma besteira, e saber que bem na minha frente estaria uma pessoa que
nunca tinha visto antes, esperando que eu a fizesse rir. Tentava me esconder
através da maquiagem, que era monstruosa, não queria ser reconhecida dentro do
hospital!
Mas devagar, a vergonha vai embora... Fui experimentando
coisas novas. Até que um dia veio a ideia de me maquiar desenhando uma flor! E
percebi que eu não precisava me esconder, eu já tinha o nariz que me fazia uma
palhaça!
Com o tempo eu também percebi que durante as atuações, mesmo
que eu estivesse de cara limpa, vestida normalmente, eu iria me emocionar e me divertir
do mesmo jeito que me emocionaria se estivesse fantasiada.
Realmente o palhaço existe dentro de nós... A gente nasce
palhaço, mas só descobre e se revela com as experiências que vivemos.
Tenho um palhacinho tatuado no antebraço direito.
Ser palhaça é a minha vida, ser palhaça SOU EU de
verdade.
Se me perguntarem de todas as coisas que eu faço na vida,
qual a melhor, não tenho dúvidas: Ser palhaça é o que sei fazer de melhor!
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