sábado, setembro 14, 2013

O que torna uma pessoa carente? Conheça os principais motivos



Todos já passamos por momentos de carência ao menos uma vez na vida. Em fases de pouca autoconfiança ou após um fim de relacionamento, por exemplo, estamos sujeitos a sofrer desse mal.
"Há estados situacionais de carência, mas o problema é quando é um sentimento constante", afirma o psicoterapeuta Marco Antonio De Tommaso, formado pela USP (Universidade de São Paulo).
Segundo Ailton Amélio, doutor em psicologia e professor do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo), a carência pode ter origem no passado, devido a problemas vividos na infância, ou pode ser decorrente de algum acontecimento recente.
Para te ajudar a entender se a sua carência é passageira ou se é melhor procurar ajuda profissional, listamos os principais motivos que tornam uma pessoa carente. 

1 – Baixa autoestima

De acordo com Tommaso, o que está por trás do comportamento de alguém que se sente bem na presença do parceiro, mas sofre de carência na ausência dele, é a baixa autoestima. "É como se a pessoa buscasse no outro aquilo que não sente por si mesma. Ela acaba entrando em um processo de dependência muito grande", afirma o psicoterapeuta. 
Esse tipo de pessoa está sempre carente: quando não tem ninguém, sente-se assim por temer a solidão; quando tem, age desse modo por ter receio de perder o outro. "Para não tomar um fora, a pessoa tolera maus tratos, humilhações e se torna dependente do outro", afirma. 
2 – Pais inseguros
Em um lar onde as pessoas são autoconfiantes, a criança cresce com uma visão positiva sobre ela e sobre a vida. Do mesmo modo, uma família com pais inseguros pode criar filhos com problemas de autoestima e, consequentemente, carentes.
"As crianças assimilam o que os pais fazem e os valores que têm. Pais inseguros, pessimistas e que se desentendem com frequência criam filhos pouco autoconfiantes e mais ciumentos. São crianças que dependem dos amiguinhos e que podem se tornar adultos que agem primeiro de modo extremamente submisso e, depois, com possessividade", afirma Tommaso.

3 – Pais inconstantes

Segundo Ailton Amélio, quem tem propensão a ser carente pode ter sido uma criança criada por alguém inconstante. "Se a mãe um dia era carinhosa e, no outro, fria, a criança se torna ansiosa, pois nunca sabe se o outro estará presente ou não", diz.  Na vida adulta, ela se torna insegura, ciumenta, possessiva e grudenta. 

4 – Superproteção na infância

Nem só de falta de carinho e atenção na infância é feita uma pessoa carente. De acordo com a psicanalista Luciana Saddi, mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e membro associado da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, o excesso de atenção também pode levar uma criança a ser carente quanto adulta.
Segundo ela, é comum que quem foi superprotegido e mimado na infância exija muita atenção, algo com o qual sempre esteve acostumado. "Pessoas superprotegidas, sempre consideradas coitadinhas pela família, não foram estimuladas a acreditar que podem ser autossuficientes. Esperam e exigem muito dos relacionamentos", diz Luciana. 

5 – Rompimento traumático

Há também fases de carência situacionais, com origens mais recentes e mais fáceis de serem superadas. Uma delas é consequência de um rompimento. "Alguns tipos de desfecho afetivo deixam a gente carente, mexem com o nosso amor próprio, que fica ferido depois de um fora. Mas, com o tempo ou um novo amor, você se renova", diz Tommaso.

6 – Situações de desamparo

De acordo Luciana Saddi, a carência momentânea também pode surgir se a pessoa perde o emprego, recebe uma crítica muito violenta e inesperada ou sofre com a morte de alguém próximo. "Qualquer situação grave, que gere angústia, leva ao desamparo. E uma pessoa desamparada tem maior tendência a se sentir carente", afirma.

7 – Personalidades

A carência também pode ser um traço de personalidade. "Pessoas muito vorazes dificilmente se satisfazem na vida", diz Luciana. E esse desejo de querer sempre mais também acontece nos relacionamentos, onde há a tendência de se mostrar carente.
De acordo com Luciana, aqueles que se vitimizam também são fortes candidatos à carência. "São pessoas que gostam de se colocar em uma situação de maior sofrimento e costumam culpar sempre o outro por sua dor. É como se não fossem responsáveis por suas vidas", diz ela.

Fonte: UOL


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