sexta-feira, novembro 02, 2012

Daniela Biancardi e a arte de fazer rir


Em oposição ao humor banal e superficial, da “graça pela graça”, a artista paulista Daniela Biancardi, vencedora do Prêmio CLAUDIA 2011 na categoria Cultura, vê o palhaço como um agente, que instiga as pessoas a pensar em uma sociedade mais humana. “A repercussão de ganhar o Prêmio CLAUDIA foi incrível e não desejo parar por aqui.”


Órfã de pai ainda criança, Daniela Biancardi. 36 anos, foi estimulada pela mãe a envolver-se em projetos artísticos para superar a dor e o trauma. Levou tão a sério que se tornou palhaça cênica profissional e referência no país quando o assunto é apresentar humor para crianças e jovens de comunidades sem acesso à cultura. Primeira e única brasileira a fazer parte da trupe Palhaços sem Fronteiras, ONG internacional que leva apresentações cômicas a zonas de conflito e exclusão. Em 2007, Daniela viajou pela África do SuI e Lesoto, onde tra baIhou em aldeias com crianças portadoras de HIV. "A maioria nunca havia visto um espetáculo, muito menos um palhaço", conta. "Não era fácil para elas nem para mim. Então, procuramos alguma coisa para rir juntos, brincar juntos." Trouxe a rica experiência para sua terra natal e, por três anos, atuou com jovens de baixa renda no programa Teatro Vocacional da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Participou, também, de vá rios projetos do Sesc e do Instituto Vivo, no qual deu oficinas de humor e teatro na periferia de cidades do norte do país.


Hoje, entre muitas atividades, é formadora do curso de humor da SP Escola de Teatro, instituição do governo do Estado de São Paulo que ensina artes cênicas. Daniela Biancardi vê o palhaço como uma figura que nasce de uma urgência social, cultural e humana. "É um agente provocador, que instiga as pessoas a pensarem em uma sociedade diferente."


Fonte: Prêmio Claudia e Secos e Não Molhados


JF

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