terça-feira, novembro 20, 2012

Benjamim de Oliveira: O palhaço Negro!


Benjamin de Oliveira, “o palhaço negro”, cantor, compositor, autor e ator. Nasceu em 1870, em Pará de Minas, Minas Gerais, Brasil. Nasceu, mas era filho de mãe escrava. Sua infância foi cheia de privações: “muitas vezes” - conta em suas memórias - “passávamos dias e dias comendo abóbora e fubá”. Fugiu da fazendo onde morava ainda criança; fugiu para uma vida de aventuras e desventuras, permeada de fatos inusitados, como quando, ainda criança, um grupo de ciganos tentou vendê-lo como escravo; a filha de um dos ciganos, que era sua amiga, no entanto, denunciou o plano de seus parentes e, num aviso combinado entre os dois, Benjamim conseguiu escapar enquanto o grupo dormia. Anos depois, já dentro do mundo do circo, o “negrinho” era pau pra toda obra: cuidava dos animais, limpava a lona, etc. Até que um dia...
O palhaço do circo fica doente! Reunidos em volta da mesa, o dono do circo e os artistas discutem quem assumirá a importante tarefa de fazer rir ao público. Alguns, com medo de serem escolhidos, pedem demissão; outros, inventam desculpas para não carregar tal e pesado fardo; Albano, um dos donos do circo, por fim, declara: “já sei! O moleque Benjamim vai ser o palhaço!” Benjamim não estava sentado na mesa, como negro e serviçal naquela época, ele estava sentado no chão, ali por perto, sem prestar muita atenção. Ao ouvir as palavras de Albano, Benjamim tremeu, mas foi aí que sua história mudou.
Pela primeira vez foi ao picadeiro como palhaço, e pela primeira vez recebeu enorme vaia do público. Mas Benjamim já havia passado por provações maiores. Continuou atuando e sendo vaiado, palhaço sem graça, até que um dia jogaram-lhe, no picadeiro, uma coroa de capim. Com presença de espírito, ele disse: “Se a Jesus lhe deram uma coroa de espinhos, porque não devo aceitar uma de capim?” E, dizendo isso, colocou a coroa de capim sobre sua cabeça. O público aplaudiu. A fama de Benjamim foi aumentando, tranformando-se num dos mais importantes palhaços de nossa história: é considerado o criador do circo-teatro no Brasil e, quem sabe, no mundo. Quando o circo a perder seu público, a princípios do século XX, Benjamin introduziu, no espetáculo circense, pequenas comédias que ele mesmo escrevia, adaptadas, muitas das vezes, de obras clássicas.
Benjamim precedeu, no picadeiro, aos grandes nomes que vieram depois sem, no entanto, tirar-lhe o privilegiado lugar que ocupou, principalmente pela energia de suas atuações. Palhaço perfeito, na primeira parte do espetáculo - a parte circense pura - e grande ator e galã na segunda parte, o momento das comédias encenadas. Ele não foi só um “tony” genial, mas frequentemente “clown”, porque, indiferentemente, agradava numa ou noutra função. Ele foi além, foi um inventor, um socorrista, um homem capaz de improvisar sobre a própria desgraça e inovador.
Benjamim foi daqueles palhaços que tinham, nos cartazes, seu nome estampado em letras mais vistosas do que o próprio nome dos circos nos quais trabalhava.
É considerado o “rei dos palhaços”, por muitos palhaços brasileiros; no entanto, morreu no dia 03 de maio de 1954, quase na miséria.


Veja o post de 02/12/2011 sobre Benjamin clicando aqui :)

Clique aqui e assista um vídeo!

Conheça o intérprete do vídeo clicando aqui!


Beijo sabor chocolate com pimenta e até semana que vem :0)


Fonte: Blog Hospitalhaços , A Cor da Cultura , Tchiaskowisc

FBR

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