quarta-feira, junho 08, 2011

Circo Roda Brasil une virtuose, dramaturgia e projeções no imagético "DNA


Em "DNA", a cenografia é esculpida pelo recurso do "light grafitti". Trocando por miúdos, projeções que se utilizam dos desenhos como fonte de luz. "É o mesmo usado an Europa para colorir monumentos ou fachada de prédios". No circo, os traços se reiventam, feito acrobacias. Criados pelo cineasta Murilo Hauser, os efeitos "interagem com a cena, com os movimentos dos atores. Cada dia se forma uma nova imagem". A trilha sonora, com um quê das produções cinematográficas, evidencia climas, propõe cenas e auxilia no decorrer da trama. Uma miscelânea. "Tem algo de música brasileira, rock e até referências de eletrônico".
A dramaturgia de "DNA" se rende às imagens. Diferente dos dois espetáculos do Circo Roda Brasil, o processo de concepção da montagem em cartaz se fundamentou no roteiro. Após fechado, "busquei selecionar as virtuoses que se encaixariam. Elas estão a serviço do roteiro", destaca o diretor. Há inúmeras: acrobacias, malabarismo, saltos, voos e, claro, números de clowneria. Ao todo, 20 artistas integram a montagem.
Para provar a contemporaneidade do espetáculo, Possolo narra a primeira cena do espetáculo. "Na dupla hélice que remete o DNA, os artistas executam movimentos comumente usados em trapézios ou lira". Quanto às cenas de palhaços, que mantêm a estrutura da dupla clássica de picadeiro, existe a preocupação com sabor de hoje na temática. Inadequado interage com Palhaço Que Clona. O nome faz jus à postura. "Este palhaço tenta clonar os outros personagens e tambem a plateia. Bem o que acontece hoje quando um busca copiar o outro". A partir daí, os dois protagonizam um jogo com a ampulheta do tempo ou uma brincadeira quase infantil de quem consegue saltar dentro de um pequeno barril com água.
A dramaturgia
Atrás da história do anjo, Posso reflete. Lista os temas: "clonagem, ancestralidade, cura, mutação...". Por outro lado, faz analogias. A que rege o espetáculo, por exemplo. Ao trazer a protagonista como deficiente física, o diretor busca comparações com a atividade circense. "Os deficientes como os artistas de circo têm que desafiar as leis da natureza para sobreviver", explica. Aliás, reside neste ponto a espinha dorsal de "DNA". O anjo "passa o espetáculo todo buscando a cura. Ao final, consegue a superação", diz, sem se preocupar em estragar o impacto do espectador quanto à cena.
Possolo em sua escrita imagética também busca o poético. Há cenas, escolhidas pelo diretor, que ilustram bem a estética. Cita a do voo dos anjos e, em especial, as quimeras da protagonista. "Num determinado momento, ela tem a ilusão que todos os deficientes se libertam das limitações", destaca. Sobre as comparações com o Cirque du Soleil, encara-as de frente. Reconhece algumas, "principalmente nos espetáculos recentes, dados ao contemporâneo, dirigidos por Debora Colker e Daniel Lamarre". Já as cifras estabelecem as diferenças, brinca. "O capital difere. Temos 500 mil e eles 50 milhões...".
Serviço
O quê: "DNA - Somos Todos Muito Iguais", do Circo Roda Brasil
Quando: Sexta (10), às 21h; sábado (11), às 16h e às 21h; e domingo (12), às 16h e às 20h
Onde: Teatro Luís Otávio Burnier do Centro de Convivência (Praça Imprensa Fluminense, s/n, Cambuí, fone: 19 - 3232-4168)
Quanto: R$ 12 (inteira) e R$ 6 (meia)
Informações: Circo Roda do Brasil
Fonte: EPTV.COM

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