segunda-feira, março 07, 2011

Correio Popular - 05/03/2011


Confira entrevista de nosso Diretor, o Dr. Jamiro.

Médico cheio de truques
Profissional que atua na Unicamp faz da mágina um "remédio" contra as doenças
Kátia Camargo
Portal RAC - 05/03/2011
Com a maleta de mágico sempre preparada no carro, “pronta para qualquer emergência”, o clínico-geral, cardiologista e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Jamiro Vanderley da Silva, de 54 anos, distribui e retribui sorrisos por onde passa.
A veia artística começou a brotar em 1978, durante o terceiro ano da faculdade, quando alguns alunos de medicina resolveram montar um grupo de teatro para alegrar os pacientes internados. “Sempre tive três grandes sonhos, queria ser médico, dar aulas e estar envolvido com alguma atividade cultural, mas o que eu não imaginava é que um dia as três atividades estariam tão ligadas e se complementariam”, diz.
Silva conta que, no início, se vestia de palhaço e ficava encantado quando via o sorriso brotando no rosto das crianças e adultos. “É muito comum, por exemplo, as crianças terem medo de tomar injeção. Quando fazemos brincadeiras ou realizamos um número de mágica, procuramos mostrar que elas são fortes e capazes de passar por aquele momento angustiante com mais confiança e otimismo. Geralmente, elas comentam depois do procedimento que nem doeu tanto e isso nos motiva muito”, conta o médico.
“Um dia, um paciente chamado Décio Queiroz, proprietário da loja Barão das Mágicas, que funcionava dentro da antiga rodoviária (demolida em março de 2010), começou a me ensinar a fazer truques. Gostei tanto desta experiência que resolvi me aprofundar na arte”, lembra. Atualmente, o médico faz parte da Associação Brasileira de Mágicos e da Associação dos Mágicos de Campinas e Região.
É também um dos diretores da Associação Hospitalhaços (personagens brincalhões que contam histórias engraçadas e tornam o ambiente do hospital mais alegre e descontraído) e padrinho do Grupo Griots (contadores de história que atuam dentro dos hospitais).
“Acredito que a mágica alimenta muitos sonhos, tanto das crianças como dos adultos, por isso é também uma forma de complementar o tratamento dos pacientes que chegam a passar muito tempo dentro dos hospitais. Todas as manifestações artísticas que acontecem não vão tratar ou curar as doenças mas, com certeza, ajudam a aliviar o sofrimento e trazer mais esperança”, diz.
O filme Patch Adams — O Amor é Contagioso, de 1998, dirigido por Tom Shadyac, ilustra uma parte do que ocorre semanalmente dentro dos hospitais da cidade, entre eles, o da Unicamp, Celso Pierro e Centro Infantil Boldrini. Na história, o ator Robin Williams interpreta um médico que busca formas alternativas de alegrar os pacientes. No caso do médico mágico local, aos truques realizados contam sempre com mensagens de esperança, otimismo, alegria e muita palhaçada.
Além de todas as funções que exerce, Silva é convidado constantemente para realizar palestras por todo Brasil. E a mágica está sempre presente por onde passa. “Devemos cuidar das pessoas por completo, seja pela medicina, por meio da arte ou de outras manifestações culturais, sociais. Se fizermos tudo com amor, vamos perceber que a vida será mais bela, fácil, divertida e por que não dizer, mágica.”

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