Antes de começar realmente o texto, vamos deixar essa
história de sexo frágil pra trás, ok? Isso não existe mais. Aliás, nunca
existiu. Porque a mesma mulher que você pode considerar frágil, está mil anos
luz à frente em muitas questões (especialmente em maturidade). Pense nas
mulheres da sua vida...o que você seria/faria sem elas?
Mas enfim, sem mais discutir quem é melhor ou pior, quem tá
certo, quem tá errado. Quero (e gosto de) tratar as coisas e as pessoas de
maneira igual. Até porque, eu acho que é isso o que realmente falta.
É muito fácil eu sair falando que mulher tem que ganhar o
mesmo salário que o homem, que tem que ser tratada de maneira igual, que tem
que ser menos julgada, que tem que ter mais espaço nas empresas, na agricultura
(pesquisas comprovam que mulheres na agricultura aumentam mais os rendimentos
porque sabem exatamente onde investir! Olha que legal) ou ainda, que a sociedade
tem que ser menos machista (apesar de isso tudo ser verdade e eu ainda não
acreditar que as coisas possam estar tão distantes disso em pleno século XXI).
Do mesmo jeito que, ao mesmo tempo em que fico feliz por termos um dia só
nosso, isso não significa muita coisa na vida real.
Pagar menos na balada é legal, mas lá dentro, muitas vezes,
somos tratadas como objeto. Do mesmo jeito que, se você sair de casa sem
guarda-chuva e tomar aquele banho, vai ouvir cantadas e coisas bem
insignificantes, sem ter feito nada pra provocar – e mesmo assim, “estar
provocando”. E roupa curta? Alerta vermelho – nem pensar, menina! Imagina só, se
você vai querer ser julgada por aí. E olha você sendo tratada como objeto de
novo!
Então, assim como fazemos um pedido de aniversário, ou como
as Misses pedem paz mundial, eu queria poder pedir que as coisas fossem
diferentes – e mais equilibradas. Que não houvessem ocorrências de estupro e/ou
violência contra a mulher a cada duas horas. Que as empresas parassem de
contratar mulheres pela aparência – ou descontratar porque ficaram grávidas e
vão precisar de licença maternidade. Que o padrão de beleza não tivesse tanto
peso na mente e na vida na sociedade. Que as mulheres pudessem usar o que
quiser sem a preocupação de parecer vulgar (e sem essa paranoia incessante de
que roupa vestir, ou de colocar um salto alto para um homem gostar e você ficar
mais “menininha”). Que eu não tivesse que consolar várias amigas (ou a mim
mesma) cada vez que um cara idiota generaliza as trata como uma qualquer (como
se elas fossem sem sentimentos e só servissem pra satisfazer as vontades dele).
Que a mulher possa ter a opção de escolher namorar e/ou ter uma família quando
e com quem ela bem entender (e se ela
quiser não ter filhos, ser solteira e viajar o mundo? Pode também). Que mulher
não tivesse a obrigação de parecer uma mulher, mas de ser o que quiser.
Então, como um desejo de Dia das Mulheres – eu, sua irmão,
sua mãe, sua namorada, nós, todas as mulheres - não queremos só flores,
bombons, mensagens bonitas, sobremesas de graça e descontos no shopping.
Queremos ser livres. Queremos que você saia da caixinha e abra a sua mente para
que as coisas mudem, para que a nossa mente feminina (que já está estereotipada
e acostumada com a realidade) possa mudar também. E aí, quem sabe, não
comemoramos o Dia da Mulher todos os dias? Eu faço questão de escrever um texto
novo sobre isso.
Por: Fernanda Lagoeiro.
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