domingo, janeiro 25, 2015

Reflexão: À sua maneira

Todo mundo tem problemas. Quem é que não? Até o seu vizinho, a loira dos olhos azuis aparentemente perfeita, a ruiva nerd, ou a morena da capa de revista. Até o estagiário, o patrão, o colega de trabalho, o cara do supermercado, o estudioso, o preguiçoso. Todos. Homens e mulheres. PESSOAS têm problemas.

A diferença é que nem todo mundo tem coragem de assumir; a maioria prefere se esconder numa redoma ou num casulo criado por si próprio, e só deixar passar o que é aparentemente aceitável. Sim, boa parte das pessoas vive de aparência (e não, isso não é novidade!). E é por isso que cada dia mais eu admiro a espontaneidade.

Espontaneidade é algo tão bonito e honesto de se ver! É quase como achar estrela-cadente no céu - são raras as vezes. Pessoas que são elas mesmas e se aceitam assim têm a minha eterna admiração! Mas claro que tem um limite, né? Não tô falando de gente que gosta de “causar” à toa. Tô falando de ter verdade, de ter personalidade.

Uma vez, em meio à uma viagem, conheci um casal de idosos. Seu John e dona Constantina, como esquecer? Ele da Austrália e ela do Chile. Porque eu tenho essa mania meio louca e impulsiva, de sair conversando com qualquer um na sala de espera do aeroporto. Coisa de aquariana, acho (ou só coisa de Fernanda mesmo). E quer saber? Nem ligo. Faz parte da minha espontaneidade!

Enfim, esse casal se conheceu enquanto Constantina estava na Austrália, e nunca mais se separaram. Moram em Sydney, mas ambos adaptam suas vidas para verem as famílias, em prol desse amor. A maneira como John falava da esposa era incrível; um brilho nos olhos, uma sinceridade que me  fez sorrir enquanto ouvia a história. “Fazem 20 anos que sou apaixonado por ela. Eu não podia e nunca deixaria ela ir”, disse. E era perceptível pelo cuidado que eles tinham um pelo outro, pelo zêlo, sabe? As mãos dadas que só se separavam em caso de emergência. Me fez até repensar e acreditar que é possível ter um amor assim, e viver uma velhice de parceria, amor e mãos dadas. Porque, no fim, é isso o que conta, né? Quem se importa de fato. E nessa viagem foi isso o que contou pra mim: cada sentimento verdadeiro que vi, cada comportamento humano, cada gentileza, cada pessoa que se esforçou para que eu entendesse  seu idioma quando precisei de informação. Ou seja: cada traço de espontaneidade.

Mas claro que ninguém é perfeito. Eu não tô aqui pra “profetizar” nada pra ninguém. Mas acho que cada um tem uma realidade de mundo, e é assim que enxergo a minha às vezes: meio defasada (perdida em aparências, talvez?), com déficit de sentir, de presença, ou  de sei-lá-o-quê. Pelo menos é isso o que mostram as redes sociais.

Por isso, eu mesma tento mudar isso e fazer o melhor de mim. Curto, compartilho, posto e ajo de acordo comigo mesma. Se estou triste, falo com um amigo de confiança. Graças à Deus tenho alguns poucos, mas de verdade. E sou dessas que não conseguem guardar as coisas para si (agora sim, deve ser coisa de Aquariana!).

Se estou feliz, comemoro à minha maneira tradicional: saio com os amigos, ouço música 25 horas por dia, leio um livro, grito, dou risada, tomo chuva, escrevo, sorrio. Certas reações a gente não consegue disfarçar. E não adianta disfarçar a tristeza como você disfarça seu cabelo desarrumado quando você acorda.  Porquê, uma hora, ele vai se mostrar tal como é. E o mesmo se dá com a vida: se você ficar mascarando e não fizer nada pra mudar, o problema vai continuar ali.

Qual a sua maneira de demonstrar felicidade? E de ser você mesmo? Confesso que, apesar de ter as minhas próprias, vivo numa busca constante atrás de novas. E esse texto nada mais é do que um caminho pra isso. Talvez com um pouco de reflexão filosófica de madrugada de menina, admito. Mas ainda assim, uma forma de expressão.


Enfim, a moral da história é essa: ache seu caminho alternativo. Pra ser feliz, pra sofrer em paz, pra alcançar um sonho, pra viver. E bote sua personalidade nisso, sua naturalidade, sua espontaneidade (Já falei que adoro esse lado humano das pessoas né? Já. Ok, Fernanda). Mostre sua real aparência, seu eu para o mundo; aquele eu fora do casulo e da redoma. E depois me conte o que mudou, quantos elogios recebeu, e quantos quilos de preocupação tirou das suas costas.


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