“Extraordinário”, de R.J. Palacio, deveria ser leitura obrigatória nas escolas. Sem exageros. E você que já saiu da escola faz tempos deveria se render aos encantos de Auggie Pullman.
Auggie é um menino de 10 anos que poderia ser como qualquer outro, mas nasceu com uma severa deformidade facial e vai ter que enfrentar os corredores e as salas de aula pela primeira vez. A questão é que Auggie tem muito mais a ensinar do que a aprender.
Só que o problema todo é que ninguém sabe disso. E parecem não querer saber. O rosto de Auggie é tão incomum que ninguém se importa com o que ele tem a dizer. Só querem manter o garoto o mais longe possível. O ambiente escolar é muito hostil e as crianças podem ser muito maldosas, o famoso bullying.
Com muita sabedoria, vemos Auggie enfrentar situações que amedrontariam qualquer um de nós, jovens ou adultos. A autora nos transporta para esse universo infantil com muita maestria. O personagem de Auggie é tão real e bem construído que por alguns momentos podemos sentir o garotinho ao nosso lado.
Tão próximos ficamos de seus pensamentos e angústias, que me fez lembrar do excelente “Quarto” de Emma Donoghue, em que uma criança também é a narradora da história.
Os personagens secundários também são cativantes e recebem capítulos inteiros com o seu ponto de vista. Sobre Auggie ou sua diferença tão perturbadora que não pode ser disfarçada nem escondida. Vemos como Via, a irmã adolescente do menino, lida diariamente com os problemas físicos e de saúde do irmão e como isso refletiu no seu jeito de ser.
E vemos o que Jack tem que enfrentar quando resolver ser o único amigo de Auggie na escola e fora dela. “Extraordinário” tem o poder de abrir olhos e o coração. Mergulhe sem preconceitos nesta história e aprenda com Auggie que as vezes é fundamental poder ser apenas um na multidão.
“Toda pessoa deveria ser aplaudida de pé pelo menos uma vez na vida, porque todos nós vencemos o mundo” – Auggie
Fonte: Papel Pop
Eu já vou colocar Extraordinário na minha lista de próximas leituras! E você, já leu?
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Por Fernanda Lagoeiro
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