sexta-feira, agosto 09, 2013

Ouvimos histórias de vida

Escutar quem quer ser escutado. É deste modo que os voluntários da Associação Griots  agem em praças públicas ouvindo quem passa por ali.
A idealizadora do projeto, Larissa Coelho, contou que o projeto nasceu da observação dos atos humanos nos grandes centros urbanos, a correria do dia-a-dia faz com que as relações interpessoais se percam.  “E ser escutado tornou-se artigo de luxo, sobretudo nas grandes metrópoles e é pra romper esse "batidão" da vida contemporânea que surgiu o projeto.” Destaca a idealizadora.
O projeto acontece em Campinas duas vezes por ano. O primeiro é em Julho, próximo ao aniversário da cidade e o outro em Dezembro. Larissa explica que as datas são escolhidas estrategicamente. “A escolha da primeira data é uma espécie de homenagem a todos os que construíram Campinas e que queiram contar sua história, que geralmente se confunde com a história da própria cidade. O final do ano é uma época em que as pessoas parecem estar com os sentimentos à flor da pele, muitas delas distantes da família, outras tantas com saudade de pessoas que já se foram .”
Os voluntários ouvintes fazem parte da Associação Griots recebem treinamento para saber ouvir. As histórias dos passantes não são registradas.  Nas ações, eles espalham cartazes para chamar a atenção e uma estrutura com mesa e cadeiras é montada. Na ação de julho, o projeto estava em frente à Catedral Metropolitana de Campinas, ao lado da rua de comercio popular mais movimentada da cidade, a 13 de maio.

Afinal, o que significa Griots?
Os Griots eram contadores africanos de histórias da região de Senegal, Gâmbia e Mali que tiveram um importantíssimo papel na evolução e manutenção da cultura e tradição de todo o continente.
Eles viajavam pelas aldeias, contando e cantando os feitos dos heróis e a história ancestral dos povos visitados. Esta atividade milenar antecede à escrita e, por isso, os Griots eram reconhecidos como pessoas sábias, além de alegres e comunicativas. Nas guerras eram poupados pelos próprios inimigos, porque a morte de um Griot correspondia à queima de uma biblioteca inteira.


Jornalista da Equipe de Comunicação da ONG Hospitalhaços

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