quarta-feira, agosto 07, 2013

Ex-palhaça

Hoje vamos contar um pouco da experiência da palhaça de Rosimara Bizinotto, que esteve conosco entre 2004 e 2005 e que, com certeza, fez muita graça e conseguiu abrir muitos sorrisos.

Sua equipe atuava no Hospital Mário Gatti e visitava todas as alas do hospital, da emergência à UTI. "Nós fazíamos escultura com bexigas e distribuíamos balas e pirulitos, muitas vezes ajudávamos os enfermeiros a acalmar algum paciente ou familiar", lembra. 

Nem só em hospital palhaço faz graça, junto ao seu grupo Rosimara também visitou o Lar dos Velhinhos, o abrigo Casa da Criança Feliz e em um outro evento foram para um parque em Valinhos passar o dia divertindo crianças. “Um dia que me marcou muito foi quando visitamos o abrigo das crianças, o Lar da Criança Feliz, senti a carência daquelas crianças abandonadas pelos pais e muitas com histórico de violência e abusos sexuais, quando saí de lá chorei todo o caminho de volta pra casa, queria trazê-las comigo, protegê-las e cuidar, até hoje quando me lembro delas me emociono.”

As amizades que fez nesse período também ficaram marcadas nas lembranças “dos amigos que me acompanhavam, trabalhei com o palhaço Mamão e com o Wlad, eles são inesquecíveis e sinto muita saudade! Me lembro que ficávamos no pronto-socorro infantil e depois para ir ao hospital a gente parava qualquer ônibus que passava e fazia muita bagunça com o motorista e os passageiros, mas a distância era menos de uma quadra, nós éramos um bando de malucos e conseguíamos fazer todos rirem”.

Como diz o slogan: 'nosso trabalho é uma brincadeira muito séria', ela recorda "me lembro que uma vez ajudei a um garotinho comer uma banana, ele estava sem se alimentar e quando chegamos no quarto ficou todo animado, então contei uma história e ele acabou comendo tudo" conta. Sabemos que durante um tratamento a alimentação é tão importante quanto a vontade de se recuperar e, poder contribuir com a autoestima é também contribuir com o tratamento.

Para ser palhaço, você não precisa necessariamente receber um "chamado divino", basta ter em seu coração a vontade de fazer o dia de alguém em uma triste situação, mais feliz."


De toda sua experiência, ela tira um aprendizado que mudou seus valores e sua forma de enxergar o próximo, contagie-se: “ser palhaça me mostrou que a nossa disposição e alegria em ajudar ao próximo é algo muito importante. Doar um pouco do seu tempo para alguém te enche de alegria, por mais que um ambiente hospitalar seja triste e cheio de sofrimentos, ao sair de lá me sentia renovada e recompensada de alguma forma, pois tinha a certeza de ter melhorado o dia de alguém. Fazer uma criança sorrir, ver um velhinho entrar na sua brincadeira é algo maravilhoso, que vou guardar para o resto da minha vida.”


Débora Cordeiro
Jornalista da Equipe de Comunicação da ONG Hospitalhaços


Nenhum comentário:

Postar um comentário