quarta-feira, fevereiro 06, 2013

Animação traz reflexões sobre persistência



O acaso uniu de maneira curiosa duas pessoas que, em suas atividades cotidianas, aguardavam o próximo trem na estação. A folha de papel voou e, como num baque, despertou a atenção do rapaz, que não parecia mais observar qualquer coisa que fugisse de sua rotina. Atrás do papel, correndo, vem uma moça.  E é ali que começa o que podemos chamar de amor à primeira vista... Não fosse aquela a última vez que eles se viriam na movimentada Nova Iorque. A não ser que o acaso novamente os unisse.
É ali, no escritório em que trabalha atrás de uma pilha de papéis, incluindo a folha que foi carimbada pelo batom da jovem (único detalhe da animação que é colorida), que o paperman da história a enxerga no prédio do outro lado da rua. Usando apenas sua imaginação tenta desesperadamente chamar a atenção da garota.
Uma folha vira um avião de papel que, sem sucesso, não alça o voo esperado. Ele tenta outro, depois outro e mais um. Leva chamada dos superiores, erra o alvo, mas jamais desiste. Até que a pilha chega ao fim e a folha restante é a única memória que poderia levar daquele encontro inusitado. Com a esperança de que daquela vez pode dar certo, faz a dobradura do avião, que escapa de suas mãos. Do outro lado da rua, a jovem deixa o escritório onde estava. Mas nem isso impede o homem de ir atrás da garota de seus sonhos.
Esta é a história de “Paperman”, que concorre ao Oscar na categoria melhor curta de animação. Dirigido pelo estreante John Karhs com a colaboração da Walt Disney Animation Studios, o curta em preto e branco que não traz diálogos e utiliza trilha sonora leve é um exemplo de persistência.
Tentar, insistir, persistir. Jamais desistir. São algumas lições que o vídeo traz. Quantas vezes em nossas vidas não nos deparamos com situações que parecem impossíveis? Em algum momento a luta pode apertar e daí vem a vontade de jogar tudo para o alto. Mas a perseverança não pode ser deixada de lado.
É preciso tentar de todas as maneiras, acreditar que vai dar certo ou ajudar quem precisa de um pouco de esperança. Os acasos não acontecem com tanta frequência e não podemos ter como base os “E se?”. E se o paperman tivesse falado com a moça no primeiro encontro? E se eles pegassem o mesmo trem naquele dia? E se ele simplesmente desistisse de reencontrá-la? A história tomaria um rumo diferente. É preciso agir para colher e fazer com que nossos aviões de papel cheguem onde queremos.


Jornalista da Equipe de Comunicação da ONG Hospitalhaços

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