O
acaso uniu de maneira curiosa duas pessoas que, em suas atividades cotidianas,
aguardavam o próximo trem na estação. A folha de papel voou e, como num baque,
despertou a atenção do rapaz, que não parecia mais observar qualquer coisa que
fugisse de sua rotina. Atrás do papel, correndo, vem uma moça. E é ali que começa o que podemos chamar de
amor à primeira vista... Não fosse aquela a última vez que eles se viriam na
movimentada Nova Iorque. A não ser que o acaso novamente os unisse.
É
ali, no escritório em que trabalha atrás de uma pilha de papéis, incluindo a
folha que foi carimbada pelo batom da jovem (único detalhe da animação que é
colorida), que o paperman da história a enxerga no prédio do outro lado da rua.
Usando apenas sua imaginação tenta desesperadamente chamar a atenção da garota.
Uma
folha vira um avião de papel que, sem sucesso, não alça o voo esperado. Ele tenta
outro, depois outro e mais um. Leva chamada dos superiores, erra o alvo, mas
jamais desiste. Até que a pilha chega ao fim e a folha restante é a única
memória que poderia levar daquele encontro inusitado. Com a esperança de que
daquela vez pode dar certo, faz a dobradura do avião, que escapa de suas mãos. Do
outro lado da rua, a jovem deixa o escritório onde estava. Mas nem isso impede
o homem de ir atrás da garota de seus sonhos.
Esta
é a história de “Paperman”, que concorre ao Oscar na categoria melhor curta de
animação. Dirigido pelo estreante John Karhs com a colaboração da Walt Disney
Animation Studios, o curta em preto e branco que não traz diálogos e utiliza
trilha sonora leve é um exemplo de persistência.
Tentar,
insistir, persistir. Jamais desistir. São algumas lições que o vídeo traz. Quantas
vezes em nossas vidas não nos deparamos com situações que parecem impossíveis? Em
algum momento a luta pode apertar e daí vem a vontade de jogar tudo para o alto.
Mas a perseverança não pode ser deixada de lado.
É
preciso tentar de todas as maneiras, acreditar que vai dar certo ou ajudar quem
precisa de um pouco de esperança. Os acasos não acontecem com tanta frequência
e não podemos ter como base os “E se?”. E se o paperman tivesse falado com a
moça no primeiro encontro? E se eles pegassem o mesmo trem naquele dia? E se
ele simplesmente desistisse de reencontrá-la? A história tomaria um rumo
diferente. É preciso agir para colher e fazer com que nossos aviões de papel
cheguem onde queremos.
Jornalista
da Equipe de Comunicação da ONG Hospitalhaços
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