sábado, agosto 18, 2012

Ser Palhaço


O palhaço é uma figura que tem diversas definições, tem diversas origens e por isso é uma colcha de retalhos de diversas culturas, escolas, crenças e linhas filosóficas. Sim, o palhaço é a “profunda simplicidade de um nariz vermelho”.
Descobri que o palhaço era grandioso quando comecei a estudar essa arte. Ouvir falar sobre tipos de palhaço como branco, augusto, tony, clown e o palhaço. Como saber exatamente quem é quem e de onde cada um deles vem? Se for buscar explicações técnicas e teorias vai encontrar facilmente quem é brasileiro, quem é inglês, quem é francês e quem é italiano… Mas no fim das contas, todos são palhaços.
Quando vamos ao circo, a shows musicais, cinema e espetáculos de diversas artes estamos em busca da virtude do outro, vamos para observar o que existe de bonito, de qualidade e de grandioso aquelas pessoas sabem fazer e podem dividir conosco. Porém, o que o palhaço leva aos palcos e picadeiros é exatamente o que todos nós “meros mortais” sabemos fazer… Errar. O palhaço assume quem ele realmente é e se faz desprovido de vaidades mascaradas e conquista o público com a simplicidade de somente ser o que é. Cheio de qualidades e cheio de falhas o palhaço faz o que todos tem vontade de fazer e o faz sem medo de errar… Mesmo sabendo que o erro é provável.
O nariz vermelho, assim como outras máscaras culturais e religiosas que transmitem a essência do palhaço sejam historicamente rastreáveis e divididas em diversas hipóteses, se pensarmos de forma simbólica chegaremos a idéias que são grandiosas e contraditórias. O nariz vermelho é algo que transporta o riso exatamente por ser algo que destoa da anatomia humana, ele tem a perfeição de um circulo ou esfera e ao mesmo tempo é o símbolo do desajuste humano. Nele, no nariz, está impresso a cor do sangue, que é o que temos interiormente… De forma simbólica, carregamos no rosto aquilo que somos por dentro, aquilo que somos intimamente. Ou seja, nos propomos a ser explícitos, verdadeiros, destemidos e sinceros no simples ato de sermos palhaços.
Nesse pensamento o palhaço vem sendo referencia de comportamento, de inteligência e de agilidade do pensamento/emoção. Vem se encaixando no contexto hospitalar como visitador, em escolas como interventor que ensina o trabalho grupal e a descoberta da identidade e dentro das corporações realizando palestras, cursos e intervenções na intenção de resgatar o instinto, a emoção e a personalidade definida e afiada dos profissionais.
Ser palhaço é ir além de quem pensamos ser e é ser além do que pensamos poder.

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