domingo, maio 13, 2012

Tributo às Mães


Certo dia, uma mulher chamada Ana foi renovar a sua carteira de motorista. 
Quando lhe perguntaram qual era a sua profissão, ela hesitou. Não sabia bem como se classificar. 
O funcionário insistiu: “o que eu pergunto é se tem um trabalho”. 
“Claro que tenho um trabalho”, exclamou Ana. “Sou mãe”. 
“Nós não consideramos isso um trabalho. Vou colocar dona de casa”, disse o funcionário friamente. 
Uma amiga sua, chamada Marta soube do ocorrido e ficou pensando a respeito por algum tempo. 
Num determinado dia, ela se encontrou numa situação idêntica. A pessoa que a atendeu era uma funcionária de carreira, segura, eficiente. 
O formulário parecia enorme, interminável. 
A primeira pergunta foi: “qual é a sua ocupação”? 
Marta pensou um pouco e sem bem como, respondeu: 
“Sou doutora em desenvolvimento infantil e relações humanas”. 
A funcionária fez uma pausa e Marta precisou repetir pausadamente, enfatizando as palavras mais significativas. 
Depois de ter anotado tudo, a jovem ousou indagar; 
“Posso perguntar, o que é que a senhora faz exatamente”? 
Sem qualquer traço de agitação na voz, com muita calma, Marta explicou: 
“Desenvolvo um programa a longo prazo, dentro e fora de casa”. 
“Sou doutora em desenvolvimento infantil e relações humanas”. 
Pensando na sua família, ela continuou: “sou responsável por uma equipe e já recebi quatro projetos. Trabalho em regime de dedicação exclusiva. O grau de exigência é de 14 horas por dia, às vezes até 24 horas”. 
À medida que ia descrevendo suas responsabilidades, Marta notou o crescente tom de respeito na voz da funcionária, que preencheu todo o formulário com os dados fornecidos. 
Quando voltou para casa, Marta foi recebida por sua equipe: uma menina com 13 anos, outra com 7 e outra com 3. 
Subindo ao andar de cima da casa, ela pôde ouvir o seu mais novo projeto, um bebê de seis meses, testando uma nova tonalidade de voz. 
Feliz Marta tomou o bebê nos braços e pensou na glória da maternidade, com suas multiplicadas responsabilidades. E horas intermináveis de dedicação... 
“Mãe, onde está meu sapato? Mãe me ajuda a fazer a lição? Mãe, o bebê não pára de chorar. Mãe, você me busca na escola? Mãe, você compra? Mãe...” 
Sentada na cama, Marta pensou: “se ela era doutora em desenvolvimento infantil e em relações humanas, o que seriam as avós”? 
E logo descobriu um título para elas: doutoras-sênior em desenvolvimento infantil e em relações humanas. 
As bisavós, doutoras executivas sênior. 
As tias, doutoras-assistentes. 
E todas as mulheres, mães, esposas, amigas e companheiras: doutoras na arte de fazer a vida melhor. 
Num mundo em que se dá tanta importância aos títulos, em que se exige sempre maior especialização, na área profissional, torne-se uma especialista na arte de amar.


Feliz dia das Mães.


Texto: E- Family
Ilustrações: Jana Magalhães

JF













Nenhum comentário:

Postar um comentário