Tintas, penas, brilhos. Durante a festa mais popular do Brasil, isso é tudo que se vê. Considerada uma das festas mais polêmicas, o carnaval divide opiniões ao redor do País. Mas, sejam lá quais foram as suas impressões a respeito da festa, não pense que o carnaval já foi inventado com moças em biquínis minúsculos e carros alegóricos em sambódromos. Você sabe de onde surgiu a festa?
Existem muitos mitos sobre o início do carnaval, mas a festa surgiu, na realidade, nas civilizações antigas, como a Grécia e a Roma, em meados dos anos 600 a 520 a.C. Eram grandes comemorações com comida, bebida e a busca incessante dos prazeres.
Por meio dos festejos, os gregos realizavam cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção. Na Roma antiga, o período de festas chegava a durar sete dias. Durante as comemorações, todas as atividades eram suspensas, os escravos ganhavam liberdade temporária e as restrições morais eram relaxadas.
Com o passar dos anos, as comemorações que já eram consideradas liberais passaram a envolver muito mais bebidas e práticas sexuais, o que tornou a festa intolerável aos olhos da igreja. Mas, após um longo tempo de condenação religiosa, o carnaval teve o reconhecimento da Igreja Católica. A festa carnavalesca foi adotada pela igreja no século XI, no ano de 590 d.C. A decisão causou grande espanto na população, mas não tirou a igreja dos seus objetivos.
Já no ano de 604 o papa Gregório I implantou a Semana Santa. O período deveria ser antecedido por 40 dias de jejum, a Quaresma, em que os fiéis deveriam se dedicar exclusivamente às questões espirituais, evitando sexo, festas e até mesmo a carne vermelha. O longo período de privações, entretanto, só fez incentivar a reunião de festividades nos dias anteriores à Quarta-Feira de Cinzas, primeiro dia da Quaresma. Nos dias que antecediam o período de jejum as ruas ficavam repletas de pessoas fazendo tudo aquilo que seria proibido nos próximos 40 dias.
Daí surgiu a palavra Carnaval, que está relacionada com a ideia de deleite dos prazeres, do adeus à carne. O conceito é marcado pela expresão “Carnis Valles”, que vem do latim. “Carnis” significa carne e “Valles” é o mesmo que prazeres. A união das duas palavras gerou o nosso conhecido Carnaval.
Com o passar dos anos, as comemorações que antecediam a Quaresma foram se tornando mais elaboradas e elitizadas. Em alguns lugares, como Veneza, chegaram a ser celebradas com óperas. Na França, o rei Luiz XIV comandava os bailes nos salões reais. Em 1830, a burguesia parisiense começou a notar os lucros gerados com as comemorações carnavalescas e passou a patrocinar os maiores bailes de fantasias da temporada. Esse mesmo modelo seria adotado pelo Brasil, alguns anos mais tarde.
Antes disso, os festejos brasileiros eram feitos à moda lusitana, com brincadeiras como jogar água, perfume, ovos e todo tipo de coisa sobre os pedestres. Mas com o país se tornando mais desenvolvido, no início do século XIX, a população quis se livrar dos costumes portugueses, considerados selvagens e grosseiros. Para isso, a burguesia carioca procurou um modelo de comemoração mais sofisticado, se inspirando nos bailes e desfiles de carruagens que aconteciam em Paris.
O que aconteceu foi que o novo tipo de carnaval simplesmente não conseguiu acabar com as festas de rua, causando uma mistura que não era completamente elitizada, mas também não podia ser considerada totalmente popular. Nessa época começaram a surgir organizações como blocos, clubes e cordões, transformando o carnaval do Rio de Janeiro em uma inspiração para o resto do Brasil.
Atualmente o carnaval do Rio de Janeiro está no Guinness Book, como o maior carnaval do mundo. O Galo da Madrugada, da cidade de Recife – PE, também já esteve no livro, no ano de 1995, como maior bloco de carnaval do mundo.
FONTE: Universia
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