sábado, outubro 29, 2011

Le Cirque estreia em Campinas com aval do público

Depois de três semanas instalado na Praça Arautos da Paz, o Le Cirque estreou o seu espetáculo em Campinas sob autorização oficial, na noite desta sexta-feira (28), com a presença de um grande público. Para o proprietário do circo, George Stevanovich, a permanência do Le Cirque foi uma vitória para Campinas. Desde a chegada da trupe circense na cidade, uma série de acontecimentos fez com que as apresentações fossem canceladas. 
Após a Prefeitura autorizar a instalação do circo na Arautos da Paz, a Secretaria de Cultura percebeu que a decisão contrariava decreto municipal e determinou a saída do grupo. Indignados, representantes do circo anunciaram que o prefeito afastado Demétrio Vilagra (PT) havia pedido propina de R$ 180 mil para que as apresentações acontecessem durante três meses. 
A Prefeitura chegou a lacrar o circo e anunciar multa de R$ 100 mil ao dia caso as apresentações fossem retomadas. Mas, passada a turbulência, os mais de 30 artistas puderam voltar ao trabalho. 
Com o slogan “um circo diferente”, a qualidade artística impressiona. De acordo com Stevanovich, o público é recebido como “o artista principal”. Logo na entrada, um lustre suntuoso e cortinas coloridas recebem os espectadores. Para chegar à lona principal, tapete vermelho. O espetáculo é um show à parte. Malabaristas, equilibristas, acrobatas e palhaços de diferentes países enchem os olhos dos espectadores. 
Poucos minutos antes do início, os artistas ensaiavam no picadeiro e receberam a reportagem do Correio. Enquanto o circo esteve fechado, Stevanovich contou que fez uma reunião com os artistas para explicar a situação. “Eles não entendiam direito o que estava acontecendo.” Apenas parte do grupo de artistas que se apresentam na atração globo da morte são brasileiros. Os outros artistas vêm da Mongólia, Hungria, Espanha, França, Rússia, Austrália, entre outros países. “O circo é respeitado em todo o mundo.” 
Bryan Stevanovich, de 18 anos, é um dos poucos brasileiros na companhia. Ele é atração no globo da morte, que este ano, em apresentação na Itália, entrou para o Guinness Book ao bater o recorde de colocar em um globo de 4,6 metros seis motos ao mesmo tempo. O título ainda rendeu um convite. Em dezembro, eles embarcam para Mônaco, onde se apresentam no Festival Mundial de Circo. 
Apesar do sucesso mundial, o grupo se viu desprestigiado em não poder se apresentar. “Não deixamos de praticar as manobras, de ensaiar, mas, quando chegava à noite, era muito angustiante não poder mostrar o nosso trabalho.” A mesma sensação foi compartilhada pela trapezista Monica Varga, de 27 anos. A húngara trabalha há 12 anos em circos e esta é a primeira temporada no circo brasileiro. “Foi muito difícil para todos nós.” 
Ator no Le Cirque, o australiano Dmitry Astor, de 20 anos, participa de quase todas as apresentações. A ansiedade para voltar era tanta que ele foi o primeiro a se maquiar e ficar pronto. Como em todos os olhares, parecia esperar pela grande estreia de sua vida. O acrobata Bob Zolboo, de 24 anos, natural da Mongólia, ainda não domina o português, mas encontrou uma palavra para resumir o que aconteceu com o Le Cirque em Campinas. “Foi muito feio.” Para ele, o circo é visto como uma arte em todo o mundo e o público precisa do circo.

Fonte:
Portal RAC

Nenhum comentário:

Postar um comentário