Hoje vamos contar um pouco da experiência da palhaça de Rosimara
Bizinotto, que esteve conosco entre 2004 e 2005 e que, com certeza, fez muita
graça e conseguiu abrir muitos sorrisos.
Sua equipe atuava no Hospital Mário Gatti
e visitava todas as alas do hospital, da emergência à UTI. "Nós fazíamos
escultura com bexigas e distribuíamos balas e pirulitos, muitas vezes
ajudávamos os enfermeiros a acalmar algum paciente ou familiar",
lembra.
Nem só em hospital palhaço faz graça, junto ao seu grupo Rosimara
também visitou o Lar dos Velhinhos, o abrigo Casa da Criança Feliz e em um
outro evento foram para um parque em Valinhos passar o dia divertindo crianças. “Um dia que me marcou muito foi quando
visitamos o abrigo das crianças, o Lar da Criança Feliz, senti a carência
daquelas crianças abandonadas pelos pais e muitas com histórico de violência e
abusos sexuais, quando saí de lá chorei todo o caminho de volta pra casa,
queria trazê-las comigo, protegê-las e cuidar, até hoje quando me lembro delas
me emociono.”
As amizades que fez nesse período também ficaram marcadas nas
lembranças “dos amigos que me acompanhavam, trabalhei com o palhaço Mamão e com
o Wlad, eles são inesquecíveis e sinto muita saudade! Me lembro que ficávamos
no pronto-socorro infantil e depois para ir ao hospital a gente parava qualquer
ônibus que passava e fazia muita bagunça com o motorista e os passageiros, mas
a distância era menos de uma quadra, nós éramos um bando de malucos e
conseguíamos fazer todos rirem”.
Como diz o slogan: 'nosso trabalho é uma brincadeira muito séria',
ela recorda "me lembro que uma vez ajudei a um garotinho comer uma banana,
ele estava sem se alimentar e quando chegamos no quarto ficou todo animado,
então contei uma história e ele acabou comendo tudo" conta. Sabemos que
durante um tratamento a alimentação é tão importante quanto a vontade de se
recuperar e, poder contribuir com a autoestima é também contribuir com o tratamento.
Para ser palhaço, você não precisa necessariamente receber um
"chamado divino", basta ter em seu coração a vontade de fazer o dia
de alguém em uma triste situação, mais feliz."
De toda sua experiência, ela tira um aprendizado
que mudou seus valores e sua forma de enxergar o próximo, contagie-se: “ser
palhaça me mostrou que a nossa disposição e alegria em ajudar ao próximo é algo
muito importante. Doar um pouco do seu tempo para alguém te enche de alegria,
por mais que um ambiente hospitalar seja triste e cheio de sofrimentos, ao sair
de lá me sentia renovada e recompensada de alguma forma, pois tinha a certeza
de ter melhorado o dia de alguém. Fazer uma criança sorrir, ver um velhinho
entrar na sua brincadeira é algo maravilhoso, que vou guardar para o resto da
minha vida.”
Débora Cordeiro
Jornalista da Equipe de Comunicação da ONG Hospitalhaços
Jornalista da Equipe de Comunicação da ONG Hospitalhaços
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