Nas cortes dos imperadores chineses, por exemplo, tinham tanto prestígio que eram capazes de influenciar nas decisões reais. Na Grécia antiga os palhaços contracenavam em comédias teatrais, onde após a apresentação de tragédias sérias encenavam a mesma história sob sua própria ótica - na qual os heróis apareciam como bobos. Vale ressaltar que uma das "vítimas" mais freqüentes era o lendário herói Hércules, que era mostrado como um azarado que alcançava às vitórias quase sempre por sorte, e não intencionalmente.
As diversas classes de palhaços também encantavam a Roma Antiga. Dentre os mais conhecidos estão Cicirro - um palhaço que usava máscara de cabeça de galo e cacarejava movendo os braços como asas - e o Estúpido - que usava um gorro pontiagudo e roupas de retalhos. Durante os espetáculos os outros atores aparentavam estar enjoados e batiam nos dois palhaços, o que provocava ainda mais risadas na platéia.
Porém uma das figuras cômicas mais conhecidas talvez seja o Bobo da Corte (ou Bufão), surgida na Idade Média. Diferentemente de outros períodos, neste os palhaços declaravam contos, cantavam baladas, eram músicos, malabaristas, mímicos, acrobatas e equilibristas. Na Alemanha eram chamados de "alegres conselheiros", pois além de encantar a todos com sua arte ainda incluíam bons conselhos em suas observações. Mas é importante destacar que foi na Idade Média também que o palhaço aprendeu a chorar. No fim do período - com a reabertura das casas teatrais que haviam sido fechadas no início da Idade Medieval - os palhaços atuavam em comédias religiosas, nas quais encarnavam os papéis de vícios, diabo, estupidez e até do próprio mal. Muitas vezes era o palhaço que explicava a história para a platéia. Entretanto, foi com William Shakespeare que o palhaço se tornou uma figura ainda mais dramática e passou a ser utilizado em cenas trágicas. Com isso, pouco a pouco esses profissionais foram ganhando tanta importância nesse tipo de representações quanto os atores sérios que interpretavam grandes clássicos.
Outra figura conhecida ainda hoje e que surgiu no século XVI, na Itália, com a Comédia de Arte, foi o Pierrô. Um personagem apaixonado pela Colombina, mas que não tinha o seu amor correspondido. Tradicionalmente retratado com uma lágrima escorrendo pelo rosto simboliza a idealização do amor. Da mesma companhia surgiu o Arlequim, um palhaço que usava roupas com recortes em losango e que, no início, tinha a única função de divertir o público durante o intervalo do espetáculo. Vale lembrar que cada personagem da companhia - que criou, ainda, o Pantaleão, o Briguela, o Polichinelo, o Doutor e o Capitão - provinha de regiões diferentes da Itália e possuíam características tão marcantes que muitas vezes os intérpretes eram conhecidos apenas pelos personagens (e não pelos seus nomes).
Palhaços do Brasil
O mundo do nariz vermelho tem espaço garantido no Brasil. Segundo a Declaração Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego, em 2007 o país contava com 128 palhaços trabalhando com carteira assinada. Desse total, 57% atuavam em São Paulo e 12,5% na Bahia. O terceiro maior contratante foi o estado de Minas Gerais, que respondeu por 7% dos registros formais da Rais. Número expressivo, se considerarmos que a maioria dos palhaços trabalha informalmente ou em circos familiares.
Tradição, porém, que já revelou grandes nomes do cenário nacional, como os palhaços Carequinha (pioneiro do circo em fazer programas infantis ao vivo na televisão. O programa permaneceu no ar por 16 anos) e Piolim (consagrado pela Semana de Arte Moderna de 1922 como o artista mais genuinamente brasileiro e popular. Em 1977 a primeira escola de circo do país foi batizada com seu "nome"). Palhaços que também fizeram parte das vidas de muitas crianças e adultos foram os personagens Bozo, Fred, Arrelia, Picolino, Espirro e Atchim.
Fonte: JusBrasil
JF
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