Em todo seu esplendor
de luzes, brilhos, cores e barulho, "A origem dos guardiões"
é uma animação bonita, que faz um bom uso do 3D, embora sua trama
reflita bem o espírito do norte-americano predominante: ver-se como
o centro do mundo.
Os personagens, à
exceção de Papai Noel e de um coelho da Páscoa, estão mais
ligados à mitologia daquele país. Jack Frost, Sandman e a Fada dos
Dentes são personagens com pouco sentido para o público brasileiro,
embora, a certa altura, a trama faça o favor de explicar quem são.
Eles são guardiões da inocência das crianças, que com seu riso e
alegria iluminam o mundo. Para que seus defensores não sumam, elas
precisam acreditar neles, é claro.
Assim, o grupo luta
contra um tipo de bicho-papão, chamado Breu (voz de Jude Law na
versão original/Jorge Lucas, na brasileira) que pretende acabar com
a inocência infantil e assim dominar o mundo. Se o ponto de partida
da história é mais do mesmo, o diferencial está nos detalhes.
Papai Noel (Alec
Baldwin/Sergio Fortuna), cujo nome é Norte, foi um espadachim
cossaco que recebeu a missão de cuidar das crianças. Nos seus
braços, ele tem tatuadas as palavras "bom" e "mau".
Já o coelho da Páscoa (Hugh Jackman/Alexandre Moreno) não tem nada
daquele animal pequeno e fofinho, conforme conta a lenda. Ele é
grande, praticamente um guerreiro. Enquanto isso, a Fada do Dente é
mais ou menos como aquela imagem vendida por Hollywood.
Já Jack Frost (Chris
Pine/Thiago Fragoso) é uma figura difícil - como pessoa e como
personagem - para ser compreendido. Ele é um menino capaz de gerar
frio e congelar. Ninguém acredita em sua existência, mas, quando o
mundo está ameaçado, é ele quem terá o poder de reverter a
situação. O passado do rapaz é o momento realmente dramático do
filme. Apesar do título do longa, só a origem dele é mesmo
revelada.
Jack é, de certa
forma, o único personagem a ter tido uma infância como as das
crianças com quem todos tentam criar laços, por isso, fica mais
fácil para ele tornar-se amigo dos pequeninos, desde que eles
acreditem nele.
A direção é do
estreante Peter Ramsay, cujo trabalho no departamento de arte inclui
longas como "O Grinch" e "O espanta-tubarões". O
roteiro, baseado em livros de William Joyce, tem algumas boas
sacadas, como transformar figuras como Papai Noel e o coelho da
Páscoa em uma espécie de super-heróis, bem como imaginar uma
rivalidade entre esses dois personagens, disputando quem é mais
amado ou famoso.
Mas é no visual mesmo
que o longa se justifica. O filme estreia em cópias dubladas e
legendadas, ambas em exibições convencionais, 3D e IMAX.
(Por Alysson Oliveira,
do Cineweb).
Fonte: G1
LD
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