sexta-feira, dezembro 06, 2013

Adeus, Madiba

O mundo ficou mais triste quando recebeu a notícia da morte do ex-presidente da África do Sul, e ícone
da igualdade Nelson Mandela, segundo anunciou ontem, o presidente Jacob Zuma. Aos 95 anos, ele vinha enfrentando uma infecção pulmonar recorrente. No segundo semestre deste ano, Madiba, como era conhecido, ficou hospitalizado por três meses para tratar uma infecção pulmonar.
Líder da luta contra o "apartheid" na África do Sul, Mandela inspirou movimentos contra o racismo em todo o mundo. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1993 e foi o primeiro presidente negro do país, de 1994 a 1999. Era também carinhosamente chamado de Madiba, nome do clã a que pertencia.

Biografia

Mandela nasceu no dia 18 de julho de 1918, em um pequeno vilarejo, e era membro de uma nobreza tribal. Seu nome original é Rolihlahla. Aos 7 anos, ele se tornou o primeiro membro da família a frequentar a escola, onde lhe foi dado o nome inglês Nelson.
Tornou-se estudante de direito na Universidade de Fort Hare, local onde estudava a minoria elite negra. Como líder dos movimentos estudantis, após questionar a qualidade dos alimentos oferecidos pela Universidade imediatamente foi expulso. Nessa época, ele foi para Johanesburgo, e para conseguir se manter, arrumou um emprego como guarda em uma mina de ouro e descobriu uma terra de discriminação. Mas foi em Johanesburgo que terminou sua graduação em Direito na Universidade da África do Sul.
Em 1952 abriu o primeiro escritório de advocacia  negro da África do Sul.

Apartheid e prisão

Ainda como estudante de direito, Mandela começou a se envolver na oposição ao regime do apartheid. Naquela época, havia uma rígida legislação imposta pelos descendentes dos colonos holandeses, franceses e alemães, que negava direitos políticos e sociais aos negros e mestiços e à expressiva colônia de imigrantes indianos.
Em 1942, Mandela tornou-se membro do Congresso Nacional Africano (CNA), organização do movimento negro fundada em 1912. Era favorável apenas à organização de ações não violentas. Mudou de opinião após o massacre de Sharpeville, em março de 1960, quando a polícia sul-africana atirou em manifestantes negros, matando 69 pessoas e ferindo 180. Um ano após o episódio, ele decide ir ao Marrocos e à Etiópia para treinamento paramilitar.
Em agosto de 1962, Mandela foi preso numa operação articulada entre a polícia sul-africana e a CIA, sendo condenado a cinco anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves. Dois anos mais tarde, recebeu uma nova sentença: julgado por sabotagem e conspiração com países estrangeiros, foi condenado à prisão perpétua. A partir de então, teve início um movimento internacional em torno do tema "Libertem Nelson Mandela".

Política

Mandela foi solto em 1990, quando o então presidente Frederik Willem de Klerk anunciou as primeiras medidas para pôr fim ao sistema do apartheid. Ele deixou a prisão aos 72 anos e, imediatamente, iniciou um movimento em favor de uma nova Constituição, que concedesse direitos políticos e sociais a toda a população, incluindo o direito de voto aos negros.
Devido aos avanços democráticos no país, De Klerk e Mandela receberam conjuntamente o Prêmio Nobel da Paz em 1993. Um ano mais tarde, entrou em vigor a nova Constituição provisória não-racial. Nas primeiras eleições multirraciais da África do Sul, Mandela foi candidato pelo CNA, que havia sido transformado em partido político, e foi eleito presidente no dia 27 de abril de 1994.
Exerceu seu mandato até 1999. Desde então, seu partido vem sendo vitorioso e se mantém no poder. Em junho de 2004, aos 85 anos, Mandela anunciou que se retiraria da vida pública, mas continuaria com suas atividades na luta contra a Aids.

O documentário abaixo foi transmitido pela NatGeoTv. Nelson Mandela, "O Homem Por Trás da Lenda". Vale a pena conferir.


Fonte: EBC
Adaptação: Patricia Lopes
Jornalista da Equipe de Comunicação da ONG Hospitalhaços

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