Dentre as minhas milhares de histórias nesses 6 anos de voluntariado, resolvi escrever uma que me marcou muito e me fez entender o quão importante é o nosso trabalho.
Há alguns anos atrás, em mais um sábado de visitas, durante a divisão da equipe fui direcionado para a Pediatria da Pucc. Lá chegando, fiz as visitas normalmente, contudo um rapazinho me chamou muito a atenção. Um menininho cujo apelido era Cris.
Cris era muito especial, tinha uma facilidade imensa em soltar gargalhadas e dar lindos sorrisos, quando chegava um palhaço novo, ele ficava mais sério, mas logo se soltava e bagunçava geral. Adorava que brincássemos com seus carrinhos (menos com o azulzinho que parecia estar colado em sua mão), adorava também todo tipo de música, ria muito quando dançávamos pra ele.
Contudo, como em nosso trabalho nem tudo são flores, o tempo foi passando e pra nossa infelicidade ele foi piorando, aos poucos perdeu os movimentos e a fala, mas continuamos fazendo nosso trabalho, dançávamos e brincávamos da mesma maneira, o Cris gostava, volta e meia (com muito esforço) ele esboçava um sorrisinho ah, e sua mãe também, ela sempre estava ao lado dele firme e forte, como muitas mães guerreiras que existem por aí.
Contudo, em um sábado entramos em seu quarto e sua mãe estava fazendo um ponto cruz em uma toalha, com o nome do filho (que estava dormindo na hora), reparei que ela havia errado uma letra e comentei, ”Olha só, fica escrevendo errado ai, sabe como é o Cris, quando ele acordar e ler isso, ele vai te dar uma bronca”, ela riu e comentou que iria alterar, enfim, deixamos uma bexiga e seguimos nosso caminho, até que alguns minutos mais tarde, nosso supervisor nos encontrou em um dos corredores sem o nariz de palhaço (que caracteriza que algo sério estava acontecendo), e ele nos deu a informação que o Cris havia partido, por um momento não acreditei, afinal tínhamos acabado de visita-lo, mas logo percebi que era verdade, meu supervisor comentou que iria dar o último adeus pra ele e perguntou se queria ir junto...aceitei...
Fomos ao quarto, já sem nossa caracterização, e ao entrarmos nos deparamos com a mãe olhando para o corpinho do filho, com lagrimas nos olhos, tentando entender o porquê disso tudo ter acontecido com o seu anjinho, tivemos forças apenas para abraça-la, em silêncio.
Fiquei muito mal na época, mas graças à ajuda dos meus amigos consegui recuperar as forças para continuar e ainda aprender uma lição disso tudo, pense no agora, seja feliz e faça as pessoas felizes hoje, infelizmente amanhã pode ser tarde.
Fiquem com a frase da Madre Teresa de Calcutá: “Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz.”
Abraços,
Cowboy Que Parece Ser Bravão, Mas No Fundo É Coração Mole.
Há alguns anos atrás, em mais um sábado de visitas, durante a divisão da equipe fui direcionado para a Pediatria da Pucc. Lá chegando, fiz as visitas normalmente, contudo um rapazinho me chamou muito a atenção. Um menininho cujo apelido era Cris.
Cris era muito especial, tinha uma facilidade imensa em soltar gargalhadas e dar lindos sorrisos, quando chegava um palhaço novo, ele ficava mais sério, mas logo se soltava e bagunçava geral. Adorava que brincássemos com seus carrinhos (menos com o azulzinho que parecia estar colado em sua mão), adorava também todo tipo de música, ria muito quando dançávamos pra ele.
Contudo, como em nosso trabalho nem tudo são flores, o tempo foi passando e pra nossa infelicidade ele foi piorando, aos poucos perdeu os movimentos e a fala, mas continuamos fazendo nosso trabalho, dançávamos e brincávamos da mesma maneira, o Cris gostava, volta e meia (com muito esforço) ele esboçava um sorrisinho ah, e sua mãe também, ela sempre estava ao lado dele firme e forte, como muitas mães guerreiras que existem por aí.
Contudo, em um sábado entramos em seu quarto e sua mãe estava fazendo um ponto cruz em uma toalha, com o nome do filho (que estava dormindo na hora), reparei que ela havia errado uma letra e comentei, ”Olha só, fica escrevendo errado ai, sabe como é o Cris, quando ele acordar e ler isso, ele vai te dar uma bronca”, ela riu e comentou que iria alterar, enfim, deixamos uma bexiga e seguimos nosso caminho, até que alguns minutos mais tarde, nosso supervisor nos encontrou em um dos corredores sem o nariz de palhaço (que caracteriza que algo sério estava acontecendo), e ele nos deu a informação que o Cris havia partido, por um momento não acreditei, afinal tínhamos acabado de visita-lo, mas logo percebi que era verdade, meu supervisor comentou que iria dar o último adeus pra ele e perguntou se queria ir junto...aceitei...
Fomos ao quarto, já sem nossa caracterização, e ao entrarmos nos deparamos com a mãe olhando para o corpinho do filho, com lagrimas nos olhos, tentando entender o porquê disso tudo ter acontecido com o seu anjinho, tivemos forças apenas para abraça-la, em silêncio.
Fiquei muito mal na época, mas graças à ajuda dos meus amigos consegui recuperar as forças para continuar e ainda aprender uma lição disso tudo, pense no agora, seja feliz e faça as pessoas felizes hoje, infelizmente amanhã pode ser tarde.
Fiquem com a frase da Madre Teresa de Calcutá: “Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz.”
Abraços,
Cowboy Que Parece Ser Bravão, Mas No Fundo É Coração Mole.
Marcelo de Oliveira - Equipe Puc-sabado.
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