quarta-feira, maio 11, 2011

Paçoca Mayara!!!


Oi galera rara!!
Bom hoje eu vim para contar uma experiência que eu tive esse ano no HC, que foi bem emocionante e, querendo ou não, tive um aprendizado.
Em um belo sábado fui escalada para atuar no 5° andar, com a Coração e a D de Dado. Depois que passamos por todos os quartos, exceto em um que estava em ‘procedimento’, um enfermeiro ao chegar, disse que deveríamos passar neste quarto porque quem estava lá precisaria de nós. O enfermeiro explicou pra gente, antes de entrarmos, o que tinha acontecido com a paciente:
-Então, a paciente Gi está muito mal. Sofreu um acidente, perdeu a filha de 5 anos, o filho que estava esperando. O marido e a sobrinha estão na UTI”.
A partir daí, já pensamos: “puts como vamos chegar nessa mulher? Como vamos fazer ela se sentir um pouco melhor?”. Então, fomos para o quarto dela, e sua mãe, super simpática, e a acompanhante bem animada, chamou a gente. Entramos como se não soubéssemos de nada que havia ocorrido. A Gi estava tranquila. Começamos a cantar ‘Amo Noite e Dia’. A Gi começou a chorar, e eu não estava agüentando, quando virei de costa pra ela, ainda tocando, respirei fundo e pensei: “chorar agora não vai adiantar nada Mayara, fique forte”. Ao reparar nessa minha agonia, a Coração falou pra tocarmos outra mais animada, então tocamos e ela novamente chorou e nós paramos. Sem sabermos mais o que fazer, paradas, ficamos olhando ela se escondendo em baixo de uma toalha em prantos. A Coração e a D de Dado começaram a falar com ela, para acalmá-la. A mãe, super simpática e forte, veio falar que ela estava chorando por que a filha de 5 anos cantava todas as músicas que a gente tinha cantado. Nessa mesma hora, a Gi me chamou e falou:
-Eu não quero que você pare de tocar, você canta bem, continua.
Quando ela falou isso eu voltei para o centro do quarto e comecei a tocar e, ela emocionada, estava rindo. Quando terminamos, ela falou pra nós três: “Quem mandou vocês aqui foi a minha filha, e vocês me fizeram bem”. Para fechar, eu cantei pra ela “O Anjo mais velho”, que o refrão fala: “Só enquanto eu respirar vou me lembrar de você”, assim que terminamos de cantar a música ela disse:
- Eu queria ter falado isso pra minha filha antes dela ir.
Eu virei pra ela e disse:
- Ela sabe disso, ela sabe que você ama ela.
Essa experiência me fez tão bem porque, naquele momento, por mais difícil que nos tenha parecido, conseguimos de alguma forma fazê-la bem tanto com a conversa como com a música. Entramos com medo, medo de não saber o que fazer, e saímos vencedoras, porque a vimos bem. E essa experiência vou levar pra vida inteira: por mais que o momento seja difícil, basta uma conversa ou uma música certa, para mudar o dia de qualquer pessoa, inclusive sua!
Boa galera rara era isso que eu queria compartilhar com vocês.
Beijos da Paçoca (Mayara) !!

2 comentários:

  1. Paçoça, linda sua história! Nos emociona. É muito bom desenvolvermos essa sensibilidade. O Palhaço é isso, precisa disso. Parabéns!

    ResponderExcluir
  2. Oi Dra. Bellezzuleza, brigada amiga. Sensibilidade é tudo mesmo, uma vez me disseram que eu era "FRIA" pq eu via coisas e não me emocionava, nos palhaços temos q mostrar força, esperança, amor, alegria pra pessoas, não no momento mais difícil desabar com elas. E não é por que eu me mostre forte nesses momentos, quer dizer que eu sou fria. É isso ai nos Palhaços somos RAROS. :o]

    ResponderExcluir